Nas duas primeiras vezes que engravidei, logo no primeiro dia de atraso eu já estava com náuseas e sentia algumas aversões.
Quando fiquei grávida pela terceira vez, com…
- 5 dias de atraso, nada de o teste dar positivo, nenhum sintoma, nada, NADICA.
- 9 dias de atraso, sonhei com um teste positivo e a clareza de que se tratava de uma menina. Mas eu estava muito receosa de fazer o teste e me dar conta de que não passava de um sonho.
- 10 dias de atraso, finalmente um positivo, mas nenhum sintoma ainda, nada, NADICA.
O teste de farmácia positivo eu tinha, mas até aí, eu já havia obtido dois positivos anteriormente que não evoluíram. Por auto-preservação, decidi que eu só creria depois que visse meus níveis de hCG altos e crescentes impressos claramente em um pedaço de papel. Mas dessa vez a obstetra não pediu o hCG, apenas um ultrassom na semana 9.
A espera para “ver” e poder “crer”, se fazia demasiado longa. Inevitavelmente, o medo de mais uma ilusão e mais uma frustração veio para tomar conta do meu ser. Além disso, eu continuava a estranhar a falta de sintomas. Será que está tudo bem? Será normal isso? Será? Será? Será? Cada “será” trazia consigo uma sucessão de pensamentos negativos, impossíveis de controlar.
Até que, durante uma compulsiva e nada saudável conversa com o Google, deitada na cama com o celular nas mãos, o coração cheio de insegurança bombeando altas doses de cortisol pelo meu sistema circulatório, eu escutei uma voz nítida, adulta e feminina dizendo:
— Calma, mãe!
Apaguei o celular e, em questão de segundos, esqueci todos aqueles “serás” que me perturbavam. Eu tenho certeza… Era a minha filha falando que estava tudo bem e que eu não precisava me preocupar! Meu corpo e mente se inundaram de paz quase que automaticamente. Sem racionalizar! E na semana 9, lá estava ela, como um feijãozinho, brotando e enraizando-se em mim.
Não vou dizer que me tornei uma pessoa tranquila 100% do tempo, pois uma vez que pude “crer”, vieram novamente as náuseas e o medo de uma nova perda gestacional. Mas de certa forma, algo em mim mudou e passei a confiar mais em Deus. Afinal, de que adianta temer o desconhecido, o futuro que é incerto? De certo mesmo, só temos o agora. Eu decidi viver no agora.
Sei que é difícil, mas se você se encontra em uma situação de ansiedade extrema. Ainda que não escute uma voz do além falando para você se acalmar, lembre-se que confiar — em Deus, no universo, no que quer que seja, é a única maneira de evitar sofrimento desnecessário. Faça o esforço de dizer a si mesma(o):
— Calma! Agora é tudo o que eu tenho e sei. E agora, estou fazendo tudo o que posso.