Mil e Uma TrETAS — Excelente podcast!

Há pouco mais de um mês, Julia Faria (@juliafaria) e Thaila Ayala (@thailaayala) se uniram para produzir e conduzir o videocast Mil e Uma TrETAS com o objetivo de levar um novo olhar sobre a maternidade para a maior quantidade de mães (e tentantes) possível. Os episódios vão ao ar todas as segundas-feiras, às 19h no YouTube e no Spotify. E você também pode acompanhar as novidades e posts pelo Instagram. 🙂 Ps. Obrigada à M. do grupo de apoio “Seguindo em frente” por compartilhar!

Fiquei muito contente, muito mesmo, de ver mulheres usando o seu poder de influência na mídia para discutir abertamente temas sobre os quais costuma ser tão difícil falar. Eu aqui, com meu humilde blog, tenho este mesmo objetivo. Mas nada como alguém famoso para acelerar este árduo processo de quebrar tabus.

Lista de episódios publicados até a então data deste post:

#01 – SONO: O DA MÃE E O DO BEBÊ
#02 – AMAMENTAR NÃO É LINDO
#03 – MÃE DE PRIMEIRA x MÃE DE SEGUNDA [VIAGEM]
#04 – QUEM NUNCA? Sobre educar os filhos e nós mesmos
#05 – PERDI MEU BEBÊ
#06 – CADÊ O PAI DESS@ MENIN@?

Episódio #05 “Perdi meu bebê”

No episódio #05 “Perdi meu bebê”, publicado no dia 3 de Outubro de 2022, escutamos as apresentadoras compartilharem suas experiências e seus pontos de vista, bem como de Fernanda Paes Leme (@fepaesleme) e a autora e atriz Monica Martelli (@monicamartelli). Assista:

Ou escute:

Sinto muito pelo que Thaila, Fê e Monica viveram. Me identifiquei demais com cada palavra compartilhada pela Fernanda… Não sei se porque somos do mesmo signo e tendemos a pensar parecido, ou simplesmente, porque vivemos algo muito semelhante mesmo. Senti, e sinto ainda na pele, a dor que ela descreve e que transparece claramente quando ela se emociona. Acho que já superei a maior parte do meu luto pelas minhas perdas, mas também ainda me emociono quando falo sobre o assunto. E atualmente vivo algo que elas também comentaram: a resistência ou desistência de tentar, como maneira de se proteger de uma possível nova perda, de reviver o sofrimento.

ELES também têm sentimentos

Um ponto muito legal da conversa, que acho que vale a pena discutir mais e que foi um “se liga” pra mim, foi a lembrança de que os homens também têm sentimentos. E que apesar de existir uma diferença gigantesca e óbvia entre o peso e a dor sentida pela mulher e pelo homem, isso não invalida os sentimentos deles. A perda e todo este processo também podem ser muito difíceis para eles. Lembrei claramente do meu marido me dizendo “Você acha que eu não sofro com o que aconteceu também?” e do quanto lhe ofendeu me ouvir dizendo que eu me sentia muito sozinha. Ambos pecamos no quesito empatia.

O peso que sempre cai sobre a mulher

Outro ponto importante, discutido em distintas partes do podcast, é a questão do peso que sempre cai sobre a mulher (e que muitas vezes puxamos para nós, sem querer querendo, e principalmente durante a maternidade).

Quando se trata de tentar engravidar ou de perda gestacional, é BI-ZAR-RO como muitas vezes, é a mulher quem tende a carregar toda a responsabilidade. E não só porque ela mesma sente e se dá essa responsabilidade, mas também porque os médicos são “tradicionalmente partidários”. Nesta situação normalmente as mulheres são as mais prováveis “culpadas”, até que se prove o contrário.

  1. É a mulher quem se prepara para conceber tomando ácido fólico, fazendo exames de rotina…
  2. É da mulher que pedem exames primeiro, muitas vezes super invasivos, após situações de infertilidade ou perda.

Tudo isso, para, muitas vezes, após meses, e até anos sofrendo e sentindo-se culpada, descobrir que a infertilidade vinha da metade masculina. A saúde e os cuidados do “pai” também influenciam muito na fertilidade.

Por quê, minha gente? Se o esforço de gerar uma vida é dos dois? A preparação e a investigação deve ser feita por ambos, paralelamente. ACORDEM, médicos ginecologistas, urologistas, etc… Se eu preciso fazer um exame para saber que está tudo bem com meu aparelho reprodutor, ele também!

Enfim, adorei o videocast/podcast e vou seguir acompanhando. E vocês, já viram? O que acharam? Deixem seus comentários abaixo. 🙂

2 Comments

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Verdade! Achei muito “real”, “transparente” e “natural” a forma como abordaram o tema. Sem papas na língua, mas ao mesmo tempo sempre de maneira acolhedora.

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